"A vida é aquilo que você faz daquilo que te fizeram"

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sonhos Perdidos



Quando pequenos, sonhamos em ir para a Lua, sonhamos em ser médico, policial e bombeiro, sonhamos em ser atriz, poeta, escritor, pintor, professor, inventor, modelo, mãe. Quando pequenos sonhamos que o mundo é nosso, sonhamos que podemos voar e que nossa vida é grande e maravilhosamente linda e colorida. Quando pequenos, roubamos as estrelas, nomeamos árvores e chegamos realmente a acreditar que tudo aquilo nos pertencia. Inventávamos histórias e aventuras, éramos heróis, salvávamos gatos e crianças menores. O mau não existia em nosso mundo, não sabiamos o que significava maldade. A maldade só existia nas histórias, não no nosso mundo. Quando pequenos, um escorregador se transformava em uma nave espacial em um piscar de olhos, um pouco de água derrubada no chão virava um mar enorme e cheio de tempestades, quando pequenos, nada era só o que a gente via, o mundo se transformava ao nossos olhos a todo o instante. Quando pequenos a liberdade não era um conceito abstrato, a liberdade habitava em nossas mentes, era concreta, podiamos senti-la, logo em frente, sussurrando inúmeras possíbilidades para se viver. Quando pequenos, nossa mente voava e a gente nem desconfiava que logo tudo aquilo acabaria e voar iria se tornar cada vez mais difícil.

Quando pequenos... Crescemos. Quando crescemos descobrimos que o mundo não é nosso. Quando crescemos descobrimos que a vida não é uma brincadeira, descobrimos que pessoas que amamos nos decepcionam e nunca pedem desculpa, descobrimos que o mau existe e é pior do que imaginávamos. O mau não só existe como está escondido em todas as pessoas a sua volta. O mau não é feio, não é uma bruxa como nas histórias, não é um lobo. O mau está bem mais perto do que você pensava, o mau é simpático, sorri para você e te engana. O mau ganha sua confiaça e te elogia para você se sentir orgulho. O mau faz você se sentir bem, até quando você descobre a verdade, mas ai já é tarde de mais.

Quando crescemos descobrimos que nem todos os sorrisos são verdadeiros, que nem todas as risadas são boas, descobrimos que crianças também podem ser más. Descobrimos que a diferença entre os adultos e crianças é que as crianças são sinceras, se são más, não se importam em mostrar sua maldade, os adultos não. Os adultos se escondem atrás de mascaras. Descobrimos que não se deve nunca confiar em um adulto. Adultos são perigosos e imprevisíveis, eles são grandes e muito mais forte do que você, você precisa fugir deles.

Quando crescemos descobrimos que não podemos sonhar em ser astronalta ou bombeiro ou todas as outras coisas. Descobrimos que temos que fazer algo que dê dinheiro. Você não sabe para quê precisa de tanto dinheiro, mas falam tanto dele que deve ser realmente muito importante. Um astronalta não ganha dinheiro. Os adultos não querem saber se um astronalta ganha todas as estrelas e o universo inteiro, eles só querem saber de dinheiro. Eles não entendem. Você diz isso para eles e eles te chamam de criança, dizem que você precisa crescer e entender as coisas. Dizem para você parar de sonhar e começar a pensar na realidade.

Quando crescemos descobrimos que ser feliz é muito mais difícil do que imaginávamos. Descobrimos que temos que nos encaixar em um mundo que não concordamos e não entendemos, descobrimos que temos que ser melhor do que nossos colegas para conseguir alguma coisa na vida. Descobrimos que os professores só te dão atenção se você só tirar dez ou só tirar zero. Descobrimos que não somos ninguém no meio de milhões, não somos especiais, nem mais inteligentes, nem melhores em nada. Somos só mais um e ninguém nunca irá se importa conosco. Descobrimos que as outras pessoas torcem para o nosso fracasso. Descobrimos que no mundo ninguém é amigo de ninguém, no mundo os mais fortes pisam nos mais fracos e se sentem bem por isso. A única coisa que as pessoas fazem é te machucar e te decepcionar, sempre e sempre, você descobre que é o mais fraco, descobre que terá que lutar a vida inteira para que os mais fortes não pisem em você. Você descobre que simplesmente não vai conseguir.

As pessoas destroem seus sonhos, você não é boa o bastante para realizar nenhum deles. Você para de sonhar. As pessoas dizem que você é feio, burro, tapado, idiota e infantil, você acredita. Você tenta desaparecer. As pessoas dizem que você é mau e egoista, você acredita e começa a pensar que merece ser castigado. Você começa a se castigar. As pessoas dizem que você é tímido e introspectivo, você quer gritar e dizer que não é, você quer mostrar para eles que pode falar se quiser, mas você não consegue, você abaixa a cabeça e descobre que já não sabe se você é o que você acha que é ou se você é o que os outros dizem de você. As pessoas dizem que você não deveria ter nascido, dizem que você só vai continuar perdendo, dizem que você não vai conseguir. Você olha seu boletim, cheio de dez, e sente raiva dele, sente raiva porque as notas dizem que você é inteligente, mas é tudo mentira. Você não é inteligente, não adianta nada você se esforçar, não adianta nada ser uma bom aluno e um bom filho. De que adianta tentar ser tão bom se ninguém olhar para você? Ninguém vê o quanto você se esforça, ninguém vê suas vitórias. Só apontam as derrotas, só as derrotas e os defeitos. Você para de estudar.

As pessoas olham para você, sentado no chão desejando que um buraco se abra aos seus pés e que você desapareça para sempre. As pessoas olham e dizem que você é fraco, dizem que foi você mesmo que se colocou nesse buraco, dizem que a culpa é sua. As pessoas te chamam de exagerando, de chorão, de pessimista e continuam insistindo que a culpa é sua e que se você quisesse você poderia muito bem sair desse buraco. Dizem que o mundo é bonito e que você tem uma vida inteira pela frente. Você ri com sarcasmo, além de tudo eles ainda acham que você é burro para acreditar em uma mentira dessas.

Você se mata. E vai para o inferno. Afinal a culpa é tua, não é? Todo mundo te avisou.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A velha questão



É difícil colocar em palavras tudo o que se passa dentro de nossas cabeças. Se eu te disser que não sei quem sou, você não vai entender o que eu quero dizer. Se eu simplesmente olhar para você e falar isso, você não vai entender que quando eu me pergunto isso meu coração acelera e um calafrio percorre meu corpo aqui dentro, um medo meio inexplicável me toma. Você não vai entender que o fato não é eu ter dificuldade de dizer quem sou, todo mundo tem dificuldade em saber ao certo quem é, não é isso. Você não entende. Eu não sei. Simplesmente não sei quem sou. Eu sei o que deveria ser, só isso, mas eu não consigo ser o que deveria. Só isso eu sei. E você não entende como é isso, eu também não consigo te explicar, só consigo dizer que tenho medo.

Quando eu digo que tenho medo, você também não entende. Você não sente um medo incompreensivo, um medo que toma todo seu corpo, um medo que te paraliza e torna tudo muito mais difícil. Um medo que torna até o bater de seu coração doloroso, até respirar doí. Não é metáfora para ficar bonitinho não. Doí de verdade. Você não sente medo como eu, sente?

Você sente aversão a si mesmo? Como se você fosse um monstro? Eu sinto.

Você entende o que é solidão? Como se você já tivesse morrido e estivesse em lugar nenhum. Perdida em lugar nenhum, sem nunca ver nenhuma alma viva por perto. Já se sentiu tão sozinha a ponto de nem com todos os amigos do mundo a sua volta, nem assim, eles conseguissem afastar essa sensação.

Você entende o que é a angustia? A palavra "angustia" nem de longe expressa tudo o que ela significa. A angustia surda que te consome por dentro, como se tivesse uma ferida aberta dentro de si, sempre sangrando e sangrando. Como se algo gritasse em seu peito, só por você estar viva.

Felicidade. Talvez você entenda quando eu digo que estou feliz. É uma felicidade doida, que faz com que você tenha vontade de sair correndo e gritando por aí, faz você ter vontade de rir de tudo e todos. Faz com que você... sei lá, não consiga ficar parado nem um instante. Faz com que você fique rindo consigo mesmo como se fosse maluco.

É engraçado quando a gente fica feliz assim. Só que é um ciclo né. Se eu estou tão feliz agora, daqui a pouquinho eu vou estar me sentindo péssima. Mas quando eu estou péssima, demora muito mais para eu ficar feliz de novo.

Enfim... As vezes vocês falam para que eu fale qual é o problema, como eu estou ou o "por quê" de eu estar triste. Mas eu não consigo fazer com que vocês me entendam. Não é simples assim, não é só um probleminha de nada, não é isso. As vezes eu só... Estou assim. Sem motivo nenhum. As vezes eu invento problemas, aumento brigas, só para justificar o que eu estou sentindo. Porque meus sentimentos são sim muito exagerados e sem motivo suficiente. Eu minto as vezes... Eu posso falar que estou triste por isso ou por aquilo, mas não é sempre verdade. As vezes eu só estou assim e ponto. Sem motivo. Sem solução nem nada. E é difícil fazer com que vocês entendam... É difícil vocês aceitarem uma resposta dessa. Quando alguém fala que não sabe o motivo, as pessoas de cara começam a pensar que é besteira ou que a dor é pequena, mas não é verdade. Quando não tem motivo doí muito mais por que você se sente perdido entende? Se você não sabe de onde está vindo a dor, você não sabe como amenizá-la, como resolvê-la.

Não vou mais inventar justificativas, tudo bem? Espero que vocês consigam entender um pouquinho melhor agora. Quero dizer, entender como eu me sinto e que não é assim tão fácil resolver, como em um passe de mágica ou coisa assim.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pecados, religião, Deus - Realmente temos escolhas?




A religião diz que se matar é pecado, que causar dor e marcar o próprio corpo é errado. A religião diz que homossexualismo é pecado. A religião diz que Deus perdoa. Mas a religião também diz que quem peca vai para o inferno. Quem não se arrepende de seus erros vai para o inferno.

Então... Devemos nos arrepender de ser quem somos?? Devemos nos odiar? Odiar a si mesmo é um pecado também, não é? Nós, em nossa própria essencia, só por existir, por ser quem somos, estamos pecando. Devemos morrer então, não devemos? Suicidio é pecado. Deus nos coloca em um beco sem saida. Por que ele faz isso? Por que nos fez assim se é errado ser assim? Por que permitiu que nascessemos se sabe que não podemos mudar quem somos? Por que Deus não faz todos os seres humanos fortes e iguais, já que tudo o que é diferente é errado? Isso é tão... Cruel. Posso ao menos pedir para morrer Deus? Talvez se Você me matar, isso não seja um pecado.

Por que as religiões são assim? Por que nos machucam? Por que dizem que o nosso lugar não é com eles? Por que dizem que estamos errados? Por que fazem isso? Por que mentem? Por que dizem que perdoam... Quando no fundo não aceitam? Quando vêem que é impossível "curar" nosso jeito de ser. Por que mentem? Por que fingem ser tão bons quando na verdade todos vocês são monstros encondidos atrás de seus sorrisos falsos?

Tenho vontade de gritar as vezes, gritar para o primeiro "religioso" que surgir na minha frente. Tenho vontade de gritar que estão mentindo. São um bando de mentirosos insensíveis. Nenhum deles entende a dor de ter culpa de ser quem é. "Reze, busque Deus, peça por seu perdão". Eu tenho que pedi perdão por ser quem sou?? Por que não posso ter orgulho de ser assim? Por que é errado? Hein? Que culpa eu tenho se nasci assim? Se Deus não gosta, se Deus se ofende tanto assim. Que me mate então. Ficaria muito agradecida, seria um favor enorme.

Deus é preconceituoso? Ou será que é a religião que é preconceituosa? Deus manda para o inferno alguém que nasceu gay? Deus manda para o inferno um suicida? Deus manda para o inferno... sei lá, um Borderline? Que culpa nós temos? Que culpa nós temos Deus? Vocês realmente acham que nós ESCOLHEMOS ser assim? Vocês acham que escolhemos errar? Cara, isso é tão nojento. Você acha que a gente escolhe sofrer tanto assim? Você acha que a gente merece?

Onde está a saida? Não existe saida. Não se pode fugir de você mesmo. A não ser morrendo, a morte calma e traquila lá no fim do tunel e parece que só existe mais um obstáculo, só mais um. O pecado. O pecado é a entrada e o fim do tunel, para onde fugir? Não se pode voltar, não se pode continuar, não se pode parar. A única coisa que se pode fazer é desejar de todo o coração para que um raio cai em sua cabeça, uma bala perdida atravesse seu peito ou um trêm apareça e acabe com tudo. Deseja-se isso, a cada passo em direção ao fim do tunel, a gente deseja que tudo acabe de uma forma que não seja pecando. Tudo acabe assim simples e fácil. Mas a vida não é fácil, não é? Presentes assim não caem de bandeja do céu. É preciso continuar andando, você não tem escolha.

Estou assistindo um filme, chamado Orações para Bobby, que fez com que todos esses pensamentos viessem a tona. Ainda não cheguei no final... Mas queria deixar umas frases do filme aqui para vocês pensarem um pouquinho. É a história de um menino gay (chamado bobby), nascido em uma família muito religiosa, que se suicida, baseado em fatos reais.

"Eu sei por que Deus não curou Bobby. Ele não curou por que não havia nada de errado com ele." (Mary Griffith, mãe de Bobby).

"Homossexualidade é um pecado. Homossexuais estão condenados a passar a eternidade no inferno. Se eles querem mudar, eles podem ser curados dessa maldade. Se eles não se renderem a tentação, eles podem ser normais novamente, se eles tentarem e tentarem, caso não dê certo. Essas são as palavras que eu disse para meu filho Bobby quando descobri que ele era gay. Quando ele me contou que era homossexual, meu mundo desabou. Eu fiz tudo o que podia para cura-lo da sua doença. Oito meses atrás, meu filho saltou de uma ponte e se matou. Eu me arrependo profundamente da minha falta de conhecimentto sobre gays e lésbicas. Eu percebo que tudo que me foi ensinado e dito foi um rótulo desumano. Se eu tivesse investigado além do que haviam me dito, se eu ao menos tivesse ouvido meu filho, quando ele abriu seu coração para mim, eu não estaria aqui hoje, cheia de remorso. Eu acredito que Deus estava contente com o espirito bondoso e querido de Bobby. Aos olhos de Deus, bondade e amor é tudo o que importa. Eu não sabia que,cada vez que eu ecoava castigo eterno para os gays, cada vez que que eu me referia a Bobby como um doente, pervertido e uma ameaça as nossas crianças, a sua auto-estima e o seu senso de valorização estavam sendo destruídos. E finalmente, o seu espirido quebrou de uma maneira irreparável. Não foi o desejo de Deus que Bobby tenha subido numa passarela e se jogado diretamente diante de um caminhão que o matou imediatamente. A morte de Bobby foi resultado direto da ignorancia e medo dos seus pais quanto ao mundo gay. Ele queria ser um escritor. Seus sonhos e esperanças não deviam ter sido tirados dele, mas foram. Existem crianças, como Bobby, sentadas em nossas congregações. Sem que vocês percebam, elas estarão ouvindo vocês ecoarem "amém" e isso irá logo silenciar suas preces, suas preces para Deus, por compreensão e aceitação e por amor. Mas seu ódio e medo e ignorancia sobre o mundo gay vai silenciar essas preces. Então, antes de ecoarem "amém" em suas casas e igrejas, pensam. Pensem e lembrem-se de que uma criança está ouvindo." (Maru Griffith, mãe de Bobby)


Essa última frase que eu deixei em negrito é linda... Nunca vi coisa mais verdadeira do que isso. Uma criança está ouvindo... Uma criança vai crescer ouvindo esse "Amém" horrível, vai crescer sentindo que não tem lugar no mundo. Será que realmente se prega o amor nas igrejas? Pregá-se o respeito? Se é o amor, se realmente vocês pregam o amor. Por que o Papa não aceita os gays? Por que temos que ouvir coisas tão horríveis nas igrejas? Condenados eternamente ao inferno... Me sinto sufocada. Fico imaginando... De um jeito de outro, não vou conseguir. Não vou conseguir fugir dessa condenação eterna e tudo o mais. Se as coisas realmente são assim, se tanta gente boa vai acabar no inferno, assim, sem mais nem menos, como se fossem brinquedinhos na mão de Deus. Se as coisas realmente são assim, me dá nojo estar viva.

Lutar para quê? Viver para quê? Mesmo que se vencesse, mesmo se eu fosse perfeita e fosse para o céu. Cara... Alguém vai ficar feliz em ir para o céu e ver zilhões de pessoas indo para o inferno?? Como alguém pode se sentir confortável em uma situação dessas? Como alguém pode "aproveitar" a eternidade no céu, sabendo que ao seus pés, seus irmãos estão sofrendo? Como Deus pode fazer isso? A eternidade é tempo de mais, não é não? Você acha que alguém merece sofrer tanto assim? Por pior que seja o erro?

Eu simplesmente não entendo... Não consigo entender esse papo de céu e inferno. Não consigo entender religião nenhuma. Não consigo entender Deus nem nada. É tudo cruel, insensível e nada faz sentido. É bonito onde? Onde que as religiões são bonitas? Elas me dão medo. Deus me dá medo. Muito medo. Talvez para você, que se acha tão certinho, que tem tanto certeza que vai para o céu, você que é egoista e nunca parou para pensar em quantas pessoas vão estar queimando no inferno então você estiver saltitando no céu. Talvez para você isso seja bonito. Mas abra um pouquinho mais os olhos.

Vocês já leram a Bíblia? Já notaram a crueldade? Já leram Apocalipse? É horrível. Não quero saber se você acredita ou não. O fato é que o tom da narrativa é medonho. É cruel. Como Deus pode fazer isso? Será que erramos TANTO assim para merecer tudo isso?

Sabe... Tenho vontade de vomitar as vezes. Tô falando sério. Estar viva me dá nojo.

PS.: Se alguém ousar falar alguma coisa idiota nos comentário eu mato. Pessoalmente. Quero nem saber, já to irritada de mais para um dia só.

O que é a beleza para você?



Essa não é a foto mais fofa que vocês já viram?? Não, esse post não é sobre racismo. Eu queria uma imagem qu mostrasse opostos, sabe? Você acha bonito isso e eu acho o posto, é relativo. E... Bom, não tem mais oposto que isso, imagino.

Enfim... O que é beleza para você?

Outro dia (ontem na verdade) eu estava no shopping almoçando e tipo... Na mesa ao nosso lado sentou duas mulheres e dois homens, talvez sejam casais, mas eu acho que não. De qualquer jeito, uma das mulheres devia ter uns 2 metros de altura, mais magra que... sei lá, um esqueleto de frango atropelado por um caminhão ou coisa assim e com um naris maior que a cara e pior! Pelo que eu entendi ela era modelo!! Gente... Eu PRECISEI parar de comer pra ficar olhando aquilo, tinha que me segurar para não dar risada, meu Deus. E pior é que ela se achava bonita, bonita é pouco, devia ta se achando a rainha da porcaria do shopping ou coisa assim, tipo, joga o cobelo para trás, cara de nojo e naris empinado, sabe? Marca registrada de gente metidinha irritante. Não... mas tudo bem, faz sentido ela se achar né? Ela é modelo e blá-blá-blá, o problema não era nem esse, mas o fato dos caras estarem babando por... por aquele frango feio dos infernos. Quero dizer, esqueleto de frango.

Gente... Eu queria até ter tirado uma foto da situação. O bagulho feio se achando, os dois caras inclinados na direção dela como se ela fosse a última mulher do mundo, literalmente babando e a coitada da outra menina. Quietinha no canto dela. Ela com certeza não era modelo, mas ela sim era bonita. Milhões de vezes mais linda do que a feioza que mais parecia um tucano com aquele naris, mas os caras olhavam para ela? Não! Não olhavam! Fiquei com vontade de taca minha lata de refrigerante na cabeça deles. Como alguém pode ser tão idiota e cair na da modelo?? Sabe... Só porque ela se acha lindona, você não precisa acreditar nela! Olá! Photoshop existe sabia? A mulher é tão feia que só com photoshop mesmo para concertar... Deus do céu...

Ai eu começei a pensar né... É realmente incrível como a atitude das pessoas influenciam em como você olha para elas. Talvez a primeira vez que aqueles caras olharam para ela, não viram nada de mais, mas o que ela acha de si mesmo, as atitudes dela, a confiança, no fim acabou convencendo-os de que ela era bonita. É claro que provavelmente eles eram uns idiotas facilmente influeciáveis mas tudo bem... E é engraçado né... A outra garota não se achava bonita, era tímida, e por mais linda que fosse, ninguém olhava para ela. Exatamente porque as atitudes dela eram de quem, tecnicamente, é feio e tem vergonha de si mesmo, frente a frente com alguém tão "bonito" como a modelo.

E no fim, o que é a beleza? A beleza para aqueles idiotas estava na atitude e "status" da modelo. A beleza pode ser uma menina magrinha, ou uma menina gordinha, pode ser um garoto alto ou baixo, forte ou fraco, não importa. Ser bonito e se sentir bonito ajuda, é claro que ajuda. Mas, pelo menos para mim, o bonito é quando seus olhos condizem com sua boca, é quando eles brilham. É bonita aquela energia que habita nas pessoas felizes, é bonita a sinceridade que a gente sente quando algumas pessoas falam, é bonito aquele tom de preocupação, aquele tom que parece sussurrar em seu ouvido "você é importante para mim", aquele "eu me importo". É bonito ver gente que tem disposição para abraçar, gente com disposição para estender uma mão. É bonito ver gente que não desiste do que, para ele, vale a pena lutar.

Beleza física ajuda? Autoestima ajuda? Sim, ajuda. Sim, é bom. Mas é só isso, é só o lado de fora, só a superficialidade. E para quem tem uma cabeça, isso não é nada, não é porcaria nenhuma. Para quem tem cabeça o que realmente importa são os atos, enfim... O que está do lado de dentro.

Gosto é gosto, não se discute. Mas pelo amor de Deus. Isso é realmente o mais relevante?

sábado, 24 de julho de 2010

Um dia você colhe, certo?



Cara... Esse ditado popular me da medo, "O que você planta hoje, você colhe amanhã", meio assustador, não é não? Fico só pensando quantas milhões de coisas erradas eu fiz, coisas que talvez eu nem tenha percebido, e vão todas voltar para mim. Tá ai o motivo da minha vida ser um lixo. Tá explicado. O engraçado é que eu sou uma pessoa que adoro ficar me remoendo pelos meus erros, então eu fico achando que tudo de ruim que acontece comigo, de um jeito ou de outro, eu mereço, mas tem gente que não. Tem gente que acha que é Deus na Terra ou coisa assim, tem gente que acha que é santo, eles acham que... sei lá! Que não erram ou que as coisas boas que eles fazem são infinitamente maiores que seus erros. Mew! Não importa se você tá salvando a vida de um órfão se quando você pisa em casa você chuta teu irmão!

Gente que se acha santa me irrita tanto... Mas tanto! Que vocês não fazem idéia. Pior que é só rindo, sério mesmo, só rindo pra suporta gente idiota assim, meu Deus. Um dia... Um dia eu ainda vo ter um mega ataque de gargalhada no meio da escola, mas beleza. Não estranhem. As pessoas são tão ridículas as vezes, não dá para evitar.

Pois é... Esse tipo de ditado do mal não funciona com os "santinhos". Eles vão ficar feliz ouvindo isso, como se não errassem! Vão ficar feliz pensando em todas as coisas boas que fizeram e que tudo vai voltar para eles, vão ficar se engrandecendo, feito uns idiotas. Tudo bem, filho de Deus, coisas boas vão voltar. Mas sinceramente eu acho que as chances das coisas ruins voltarem são muito maiores. Pelo menos no meu universo paralelo não-perfeito, é claro. De qualquer jeito, talvez ai no seu mundinho você seja um santo e tudo seja cor-de-rosa, dane-se. Quero que você se exploda, to falando com gente que pensa mais do que uma criança de 7 anos (sem querer ofender as crianças, claro).

Bom... O problema, realmente, é que na prática esse ditado nem sempre funciona (e eu não sei se isso é bom ou ruim... mas enfim). Eu posso muito bem ajudar uma velhinha a atravessar a rua e ser atropelada logo em seguida. Posso morrer tentando salvar alguém e etc e etc. Mas ai você vira um heroizinho e todo mundo vai chorar falando que você realmente era um santo e todas aquelas falsidades irritantes, então vamos para um caso mais real. Você pode... Passar a porcaria da tua vida destruindo totalmente as pessoas mais fracas, você pode ser aquela menina que adora ridicularizar as mais tímidas, você pode ser um expecialista em destruir a autoestima de uma criança, enfim... Você pode ser um daqueles monstrinhos malignos que todo mundo conheçe ou pelo menos já viu uma vez na vida (se você for a vítima, meus pêsames). E o que você recebe em troca? Sendo um tirano? Olha só! Contra todos os ditados populares, você é bonito, bem casado, bem sucedido, você é admirado e reconhecido.

Ninguém para pra pensar em onde está a garotinha tímida, né? Onde está o menininho inseguro? Onde estão as vítimas? Ninguém para pra pensar em quantas cabeças, quantos sonhos e vidas até, aquele idiota teve que destruir para estar no alto agora. Não, ninguém pensa porcaria nenhuma. Porra de mundo burro e insensível.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Psicologia - Vende-se um amigo (?)



Já ouvi algumas vezes as pessoas dizerem que o psicólogo é um amigo pago. Bom... Começei a umas duas semanas a Terapia Cognitiva Comportamental, com uma psicóloga, e eu vou dizer uma coisa. Psicólogo está longe de ser "só" um amigo pago. Eles são incríveis, de verdade, é tipo assim... É uma salinha bonitinha, confortável e calma, com sofás e a primeira coisa que eles falam é que aquela sala é sua, só sua, vai ser o seu espaço daquele dia em diante (eu adorei quando ela disse isso, me deu vontade de sair bagunçando tudo, mas enfim...). Lá o assunto é você, só você, o psicólogo faz de tudo para te conhecer, para fazer você falar. Ele é super atencioso, calmo, paciente, compreensivo, é inacreditável. Sério mesmo. Por mais que eu adore todos vocês, meus amigos, psicólogo é coisa de outro mundo. Nunca que alguém teria paciência pra me ouvir durante uma hora inteira toda a semana, nunca que alguém seria tão compreensivo, tão... Não sei! Ela não briga, não olha feio, não se irrita. Nunca vi ninguém tão interessado em conhecer uma pessoa que nunca viu na vida, e é um interesse tão sincero. Gostei dela, de verdade. Vocês podem falar que é claro que ela está interessada, final eu estou pagando. Mas eu acho... que nem com todo o dinheiro do mundo eu teria paciência para cuidar de tanta gente problemática assim, tratando todos do mesmo jeito.

É um trabalho difícil, bem difícil. Imagina... Quantos pacientes será que ela tem? Ela me deu o telefone e e-mail dela, disse que nunca desliga o telefone, disse que eu posso ligar até de madrugada, quando e onde eu quiser. E ela faz isso com TODOS os pacientes. Se eu fosse menos tímida já teria ligado para ela umas duas vezes (isso que eu vi ela ontem). Fico até imaginando... Não é possível que ela suporte tudo isso. Como ela consegue? Quero dizer... Eu sou uma pessoa que crio dependência dos outros muito fácil, eu posso muito bem acabar "precisando" dela toda hora. Coitada... Se ela tiver mais uns três pacientes como eu ela já não vive né.

Psicólogos são muito diferentes de psiquiatras também. Psiquiatras são diretos, objetivos, eles procuram a doença, não a causa, só o problema em si. Psicologos não, eles não estão procurando a doença, estão buscando os "por quês", eles querem entender, conhecer, para depois tentar ajudar. Gosto mais dos psicólogos. Os anti-depressivos ainda não estão me ajudando em quase nada, mas talvez o tcc ajude... Espero. Estou gostando, de verdade.

A imagem é de um filme incrível chamado "Garota Interrompida", sobre psiquiatria.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Grite



É engraçado às vezes esse vazio dentro de nós, essa sensação de que alguma coisa muito importante está faltando, como se alguém tivesse roubado um pedaço da gente. Eu andei pensado... Parece que quanto mais vivemos, mais o vazio dentro de nós aumenta, como se pedaços de nós fossem roubados todos os dias. Ou talvez a questão seja quanto mais "não-vivemos", mas se eu não estou vivendo, como se vive? Nunca ninguém me ensinou.

Já ouvi dizer que a loucura, ou a depressão, não lembro bem, serve para que nossos olhos sejam abertos, serve para que pessoas como nós, que não se acham, aprendam a viver e a enfrentar a vida. É uma visão bem positiva... Mas enquanto esse vazio estiver aqui dentro, nada disso faz sentido. Como esses sentimentos poderiam ser positivos? Tudo bem... Vamos pensar em uma depressão simples, curada em uns seis meses, que ajudou a pessoa a... sei lá, fazer as escolhas da vida. Ótimo, a depressão veio aparentemente para o bem, mas e se o caso fosse outro? E se a cura não viesse assim tão fácil e rápido? Como provavelmente deve acontecer com muita gente. E se a cura não existir para essa pessoa? E se ela simplesmente for assim, ou então a cura chegar tarde de mais? Para mim, no momento em que a depressão passou a fazer com que o doente pense em suicídio, não tem como isso ser positivo. Simplesmente não EXISTE lado bom em uma pessoa se destruir aos pouquinhos. Por isso não entendo muito bem todos esses pesquisadores positivos.

Eles parecem meio insensíveis. Me parece gente que nunca sofreu de verdade na vida. Queria só ver se os pesquisadores sentissem na pele o que tanto pesquisam. Seria engraçado ver o tom dos artigos mudando radicalmente. Talvez o que falte no mundo não seja pesquisadores e especialistas, mas sim gente que realmente entenda o que sentimos, gente que chore conosco. O problema é que isso simplesmente é impossível... A não ser que o médico seja também o doente, o que obviamente não seria bom, porque os dois iam acabar se matando juntos. Mas talvez... Vocês, pessoas que choram escondidas, pessoas que sentem a dor corroendo-as por dentro, pessoas que se sentem perdidas, sem esperança. Talvez todos vocês devessem gritar, gritar bem alto para que o mundo perceba sua dor. Se todos nós nos ouvissemos, talvez não nos sentissemos tão sozinhos.

Ao menos se o mundo não nos reprimisse... Se esse medo de colocar tudo que nos aflige para fora não existisse. Seria fácil. Mas as coisas não são assim, não é fácil colocar nossos medos para fora, não é fácil se expor assim. Não é fácil, mas dane-se. Todo mundo precisa se abrir um pouquinhos as vezes, arejar, sabe? Se não agente explode. Então... Quer uma dica? Grite sim, do jeito que você puder, como e onde você puder, como se não tivesse ninguém olhando. Mas não guarde nunca tudo isso para você não. Pode grita que eu to ouvindo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Para meus amigos



Hoje é dia do amigo! E deve ter uns milhões de blogueiros postando sobre amizade, maaas... Enfim, vou postar também. Até porque vocês merecem.

Eu tenho um amigo sensível, tenho um amigo bobo, tenho uma amiga preocupada, tenho um amigo que me acalma, tenho um amigo que me anima, tenho um amigo que me ajuda, tenho outro que me atrapalha. Tenho amigos que as vezes amo e as vezes odeio, tenho amigos que amo sempre. Eu brigo com eles, eu me afasto, eu fujo e volto arrependida, sempre volto. E de um jeito ou de outro, eles sempre vão estar lá onde eu os deixei, de um jeito ou de outro, eles ainda têem paciência para continuarem ao meu lado. Eu os agradeço por isso, agradeço, aqui dentro, de todo o coração, por todos vocês existirem.

Não sei o que faria sem vocês.

Mas afinal... O que é um amigo? (a famosa pergunta para começar aquelas mensagens que são todas iguais lol )

Pra mim... Amigo é aquele bixo chato que não desiste, não desiste de jeito nenhum. É aquele que faz questão de te tirar de seu mundinho, é aquele que faz questão que você se esforçe para ser o melhor que você pode ser. É aquele ser que te ergue do chão quando você pensa que não vai mais conseguir se levantar. É aquele que escuta o que você nunca teve coragem de falar, é aquele que enxuga as lágrimas que nunca viu cair, é quem te abraça com um olhar e faz carinho com as palavras. Amigo é quem consegue te fazer rir quando você quer morrer.

Mas amigo também é aquele sério. Aquele que te escuta em silêncio e com compreensão, aquele que não sabe o que falar para te animar, mas ele está ali, ao seu lado e é isso que importa.

Amigo também é aquele que te dá um tapa na cara de vez em quando, é aquele que briga com você porque sabe que só assim seus olhos serão aberto. Amigo não é quem tem pena de você, mas quem acredita que você tem força para vencer e seguir a vida, é quem acredita em seu futuro mais do que você mesmo.

Amigo é quem sabe respeitar, mas tem a coragem de desrespeitar quando isso for necessário. Amigo é quem te aceita como você é, mas entende que nem sempre você vai ser você mesma, e nessas horas, talvez aquele tapa na cara seja necessário. Amigo é quem joga água fria quando você está fervendo e te esquenta quando você estiver gelada. Não, amigo não é sempre aquele que vai na sua onda, mas aquele que tem a ousadia de te segurar e te impedir de fazer o que é errado, por mais que você as vezes o odeie por isso. Enfim! Amigo é essa coisa chata que não nos deixa nos render para nós mesmos, é quem tenta de todo o jeito espandir nossos pequenos horizontes, por mais que isso pareça impossível.

Amo todos vocês.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Abuso sexual infantil - Quando o inferno mora ao lado



Seja qual for o número de abusos sexuais em crianças que se vê nas estatísticas, seja quantos milhares forem, devemos ter em mente que, de fato, esse número pode ser bem maior. A maioria desses casos não é reportada, tendo em vista que as crianças têm medo de dizer a alguém o que se passou com elas. E o dano emocional e psicológico, em longo prazo, decorrente dessas experiências pode ser devastador.

O abuso sexual às crianças pode ocorrer na família, através do pai, do padrasto, do irmão ou outro parente qualquer. Outras vezes ocorre fora de casa, como por exemplo, na casa de um amigo da família, na casa da pessoa que toma conta da criança, na casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido.

Em tese, define-se Abuso Sexual como qualquer conduta sexual com uma criança levada a cabo por um adulto ou por outra criança mais velha. Isto pode significar, além da penetração vaginal ou anal na criança, também tocar seus genitais ou fazer com que a criança toque os genitais do adulto ou de outra criança mais velha, ou o contacto oral-genital ou, ainda, roçar os genitais do adulto com a criança.

Às vezes ocorrem outros tipos de abuso sexual que chamam menos atenção, como por exemplo, mostrar os genitais de um adulto a um criança, incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos, ou utilizar a criança para elaborar material pornográfico ou obsceno.


A Criança Abusada

Devido ao fato da criança muito nova não ser preparada psicologicamente para o estímulo sexual, e mesmo que não possa saber da conotação ética e moral da atividade sexual, quase invariavelmente acaba desenvolvendo problemas emocionais depois da violência sexual, exatamente por não ter habilidade diante desse tipo de estimulação.

A criança de cinco anos ou pouco mais, mesmo conhecendo e apreciando a pessoa que o abusa, se sente profundamente conflitante entre a lealdade para com essa pessoa e a percepção de que essas atividades sexuais estão sendo terrivelmente más. Para aumentar ainda mais esse conflito, pode experimentar profunda sensação de solidão e abandono.

Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode ter muito medo da ira do parente abusador, medo das possibilidades de vingança ou da vergonha dos outros membros da família ou, pior ainda, pode temer que a família se desintegre ao descobrir seu segredo.

A criança que é vítima de abuso sexual prolongado, usualmente desenvolve uma perda violenta da auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma representação anormal da sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiaça em todos adultos e pode até chegar a considerar o suicídio, principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que abusa ameaçar de violência se a criança negar-se aos seus desejos.

Algumas crianças abusadas sexualmente podem ter dificuldades para estabelecer relações harmônicas com outras pessoas, podem se transformar em adultos que também abusam de outras crianças, podem se inclinar para a prostituição ou podem ter outros problemas sérios quando adultos.

Comumente as crianças abusadas estão aterrorizadas, confusas e muito temerosas de contar sobre o incidente. Com freqüência elas permanecem silenciosas por não desejarem prejudicar o abusador ou provocar uma desagregação familiar ou por receio de serem consideradas culpadas ou castigadas. Crianças maiores podem sentir-se envergonhadas com o incidente, principalmente se o abusador é alguém da família.

Mudanças bruscas no comportamento, apetite ou no sono pode ser um indício de que alguma coisa está acontecendo, principalmente se a criança se mostrar curiosamente isolada, muito perturbada quando deixada só ou quando o abusador estiver perto.

O comportamento das crianças abusadas sexualmente pode incluir:

1.Interesse excessivo ou evitação de natureza sexual;

2.Problemas com o sono ou pesadelos;

3.Depressão ou isolamento de seus amigos e da família;

4.Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;

5.Ter medo de que haja algo de mal com seus genitais;

6.Negar-se a ir à escola,

7.Rebeldia e Delinqüência;

8.Agressividade excessiva;

9.Comportamento suicida;

10. Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;

11. Retirar-se ou não querer participar de esportes;

12. Respostas ilógicas (para-respostas) quando perguntamos sobre alguma ferida em seus genitais;

13. Temor irracional diante do exame físico;

14. Mudanças súbitas de conduta.



Seqüelas


O período de readaptação depois do abuso pode ser difícil para os pais e para a criança. Muitos jovens abusados continuam atemorizados e perturbados por várias semanas, podendo ter dificuldades para comer e dormir, sentindo ansiedade e evitando voltar à escola.

As principais seqüelas do abuso sexual são de ordem psíquica, sendo um relevante fator na história da vida emocional de homens e mulheres com problemas conjugais, psicossociais e transtornos psiquiátricos.

Antecedentes de abuso sexual na infância estão fortemente relacionados a comportamento sexual inapropriado para idade e nível de desenvolvimento, quando comparado com a média das crianças e adolescentes da mesma faixa etária e do mesmo meio sócio-cultural sem história de abuso.

Em nível de traços no desenvolvimento da personalidade, o abuso sexual infantil pode estar relacionado a futuros sentimentos de traição, desconfiança, hostilidade e dificuldades nos relacionamentos, sensação de vergonha, culpa e auto-desvalorização, à baixa autoestima à distorção da imagem corporal, Transtorno Borderline de Personalidade e Transtorno de Conduta.

Em relação a quadros psiquiátricos francos, o abuso sexual infantil se relaciona com o Transtorno do Estresse Pós-traumático, com a depressão, disfunções sexuais (aversão a sexo), quadros dissociativos ou conversivos (histéricos), dificuldade de aprendizagem, transtornos do sono (insônia, medo de dormir), da alimentação, como por exemplo, obesidade, anorexia e bulimia, ansiedade e fobias.



Fonte: Virtualpsy.org


Crianças abusadas sexualmente carregam cicatrizes durante a vida inteira. Por favor, tirem a incredulidade de suas caras, é mais comum do que vocês pensam. Escutem, observem, abram os olhos, acreditem. Denunciem.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que importa é como você se vê! - Tô perdida...



Gente... Desculpem mas eu PRECISO falar isso. Essa imagem e a frase do título (tirando o "tô perdida") é a capa dos simulados que nós recebemos nas férias para ir treinado para o fim do ano, certo? Pelo amor de Deus... Eu não consigo nem ler a primeira questão porque essa porcaria de gatinho não me sai da cabeça. O que importa é como você se vê... Noooossa! Muito motivador isso... Eu me vejo como uma idiota, e ai? Se é isso que importa eu e pessoas como eu estamos totalmente perdida. É claro que eu sei que estou perdida, mas, tipo... Não precisava jogar na minha cara, sabe? Bem na porcaria da capa.

Gente demasiadamente positiva as vezes me irrita. Sério mesmo, simplesmente porque elas esquecem totalmente que existem pessoas que pensam diferente! Elas acham que todos pensam ou deveriam pensar como elas. Ai vem todo aquele blá-blá-blá de "estou tentando te anima!" mas na verdade só faz a gente se sentir pior. Lê-se: auto-ajuda de esquina. É claro que objetivo da Beth, minha orientadora, ao colocar essa capa, era nos animar... Mas eu não deixo de pensar... Essa porcaria realmente vai ajudar, vai ajudar as pessoas com autoestima lá nas nuvens, vai ajudar as garotas retardadas que se acham gostosa, os moleque idiota que se acham "pegadores" e os nerds que se acham um bando de "gênios" especiais (que na verdade são um bando de fracassados escondidos atrás de seus egos ridiculamente grandes, mas... Enfim.). Vai ajudar quem menos precisa.

Meu Deus... Como me irrita gente que não se enxerga. Chega até a ser engraçado... Tem gente que é de uma cegueira impressionante. Como a menina mais feia que uma porta (e eu não estou exagerando, ela era MUITO feia mesmo) que se acha linda, ou o nerd fracassado e timido que enfia na cabeça que é um gênio incompreendido ou que o mundo o admira por isso ou por aquilo... Tipo, totalmente fora da realidade. Eu chego a desejar, de verdade, de todo o coração, que esse povo todo quebre a cara. Quebre bonito sabe? De cara na realidade e descubram que são um bando de idiotas, não por serem quem são mas por acharem que são o que não são, entende? Por mentirem para si mesmos esse tempo todo.

Me irrita pessoas com baixa autoestima também (tipo eu). Sinceramente, se eu fosse outra pessoa eu não me suportaria. Só suporto porque não tenho escolha aliás... Mas gente com baixa autoestima irrita por estar sempre com aquele discurso de auto-piedade, egoista e cego também... Sim, isso também é irritante. Mas, cara... Nada supera gente com ego do tamanho do mundo.

De qualquer jeito... Imagino que é questão de viver, sabe? Quando esse bando de idiotas começarem a viver de verdade, talvés eles se enxerguem como são. Porque se não se enxergarem, olha... Eu duvido que vão chegar a algum lugar só com isso. Então, não! O que importa não é como você se vê! O que importa é saber ver o mundo como ele realmente é, realismo e bom senso, certo? Não burrice e cegueira. Nada de extremos. Equilíbrio, isso que importa. São a pessoas equilibradas e racionais que conseguirão vencer.

Eu já... - Clarice Lispector



"Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"


Clarice Lispector é simplesmente brilhante. Quanto mais eu leio, mas eu a adoro. Começei a ler a pouco tempo o primeiro livro dela, "Perto do coração selvagem", e é incrível. Eu, sinceramente, nunca li nada parecido. É incrível como ela faz com que você sinta junto com o personagem e sofra junto com ele também, é sensacional, de verdade. Se eu pudesse recomendar alguma coisa para vocês, seria: leiam Clarice! Parece que... Não sei! Parece que ela entende a gente, nossos medos e tudo o que se passa em nossa cabeça. A única coisa que me deixa um pouco irritada é a prepotência dela ao se descrever, mas imagino que se ela não tivesse isso, o mundo a esmagaria.

Esse texto acima é um dos textos dela, é de mais, não é? Adorei a parte do penhasco... Eu já fiz tudo isso que ela falou e mais um pouco o/

A diferença é que Clarice se orgulha de ser como é e adora ser assim, é uma coisa que você percebe logo de cara quando começa a ler. Eu não, não me orgulho de ser esquisita e de não me encaixar em porcaria de lugar nenhum. Só talvez... Quando eu estou tremendamente feliz. De qualquer jeito não importa. Ela é brilhante.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Aqui dentro



Vocês já experimentaram a sensação de ter alguém dentro de vocês? Quero dizer, como se não fosse você mesmo ai dentro, sabe? Alguém estranho e desconhecido. É como se... Não sei se consigo colocar em palavras. É como se existisse um monstro dentro de você, um monstro escondido e quase sempre quietinho. Não é você, parece que não faz parte de você aquilo, mas você sabe que está ai dentro. E o monstro sai para fora as vezes, sua cabeça roda e você fica terrívelmente confuso, sem saber quem é você e como reagir, você tem até medo de se mexer porque não sabe o que poderia fazer. Você poderia fazer tudo, você se sente forte, forte e sem sentimento nenhum, forte e egoista. Você se sente como se... o mundo inteiro pudesse pisar em você e você não se importaria nem um pouco, você não sentiria dor, ao contrário, se sentiria horrivelmente feliz por isso, como se os sentimentos estivessem totalmente errados e invertidos. Você se sente culpado por essa alegria maligna, como se gostasse de sofrer, ou melhor, como se o monstro gostasse de te ver sofrer. Não, não é você que sente alegria, é o monstro. Você sente angustia enquanto ele ri, acho que é isso. Você se sente forte... Forte o suficiente para ser capaz de se matar sem derrubar uma lágrima, sem dor alguma.

Mas o seu eu, o eu de verdade, sabe? O seu eu, quase apagado diante da força do outro, ainda grita surdamente dentro de você. Então você fica em um canto quietinho, esperando o monstro ir embora e todas aquelas sensações pararem. Você fica quieto porque tem medo, muito medo de você mesmo. Você se odeia, porque sabe que aquilo dentro de você, simplemente não pode ser você! Você tem medo que você se perca dentro de você mesmo e que o monstro passe a ser o seu eu "verdadeiro".

E porque esse outro lado se manifesta? Quando isso acontece? Bom, não é uma coisa que se possa previnir. Ele simplemente vem. Alguém te machuca então você percebe que não está chorando, que não está sentindo absolutamente nada, então todas aquelas sensações começam a aparecer e você se sente um estranho dentro de seu próprio corpo.

Eu sinto como se quardasse muitos segredos aqui dentro. E eu mesma desconheço esses segredos. Meu consolo é que quando isso aflora, meu único alvo sou eu mesma (Por favor não tenham medo de mim oo eu não sou louca).

E aquela pergunda sempre a me atormentar. Afinal, quem sou eu?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Escrevo porque...



Escrevo porque foi assim que me ensinaram a colocar as coisas para fora. Escrevo porque não sei falar em voz alta tudo o que se passa aqui dentro, escrevo por timidez, por falta de auto-confiança. Escrevo porque quero gritar e não posso, escrevo porque quero ser ouvida, escrevo porque preciso. Escrevo porque meu coração doi aqui dentro, a cada batida, a cada minuto que eu vivo, aqui dentro eu escondo um buraco que me consome.

Escrevo para não sufocar, para não enlouquecer, escrevo porque isso me mantem viva. Escrevo porque é por meio disto que eu realmente consigo ser eu mesma. Porque escrever é ser sincero e mentiroso ao mesmo tempo, já que ousamos colocar em palavras aquilo que na verdade não pode ser expresso.

Eu escrevo porque o papel onde coloco minhas palavras nunca me decepciona. Escrevo porque o branco da folha me escuta em silêncio e com paciência, não importa o que eu diga, não importa onde ou quando. Escrevo porque sozinha aqui em meu quarto, eu me sinto um pouco perdida, um pouco abandonada e esquecida.

Escrevo porque eu amo sim a vida, a minha vida e o mundo, mas ela está doente, assim como o mundo também está. Escrevo porque não suporto a raiva de ver tudo caminhando errado e pessoas se perdendo, eu preciso falar. Eu realmente preciso falar para que eu não começe a odiar tudo a minha volta, bem como eu mesma. Escrevo para ter certeza que eu continuo aqui viva, e não perdida no labirinto que eu sou. Escrevo como que dizendo: Problema nenhum me manterá calada. Escrevo como que desafiando. Desafiando quem ler a me odiar, a deixar de gostar de mim ao descobrir aos pouquinhos como eu realmente sou e como eu realmente penso. Escrevo porque é a única coisa que eu sei fazer, não importa se você me acha péssima ou ótima, não importa, eu continuarei escrevendo por todos os motivos acima.

Escrever é minha forma de lidar com o mundo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Escolhas, futuro e vocação



Bom, eu estou em um ano de muitas escolhas, bem como todo mundo que também está terminando o colegial. É um ano de muitos finais, mas muitos começos também. E isso me assusta. Vocês não fazem idéia do quanto (ou talvez saibam... Não sei, enfim).

Por exemplo, eu acho incrível a certeza que algums pessoas tem quanto a sua profissão! Quem me dera ser segura assim. Não sei, algumas pessoas tem muito jeito com desenho por exemplo, ou em lidar com pessoas, ou em convencer, isso se chama vocação. É lógico que não é só porque uma pessoa desenha bem que ela irá se tornar uma artista ou coisa do tipo. Mas o fato é que ela poderia se tornar se quisesse, porque tem jeito para isso. E existe as pessoas que não possuem vocação para porcaria nenhuma (e eu me incluo nessa)! E ai entra o drama. Eu gosto disso e daquilo, mas eu sou péssima, eu não gosto nem um pouco disso, mas eu até que tenho um pouco de jeito. Enfim, qual caminho escolher? Qual o caminho certo?

Imaginem só... Eu tenho dificuldade até de escolher qual bala comprar no mercado, imaginem uma profissão então! Eu to surtando. O pior nem é a insegurança, mas o pessimismo. De um tempo para cá eu começei a pensar que na verdade não importava o que eu escolhesse, daria errado de qualquer jeito. É até engraçado acreditar nisso, dá uma sensação de vázio enorme, só por causa de um pensamento negativo idiota.

Mas vejam se não faz sentido. A chave para o sucesso é principalmente a confiança em si mesmo, tirando esforço e etc, que na verdade é uma coisa mais secundária, levando em conta que tem muita gente que se esforça e nunca chega a lugar nenhum. Mas se você não confiar em si mesmo, para que você irá se esforçar? Se tem tanta certeza que irá perder, para que tentar? Por isso a confiança é tão importante. Bom, eu não tenho confiança nenhuma em mim mesma, certo? Logo, eu nunca conseguirei ganhar, portanto, a minha escolha na verdade não tem importância nenhuma. De certo modo me tranquiliza um pouco, por mais maluco que possa parece, pelo menos a escolh fica um pouco menos pesada, apesar de me deixar mais deprimida, óbvio.

De qualquer jeito, imagino ser uma época bem complicada para muita gente. Fico muito admirada de quem consegue passar por isso sem grandes traumas e com toda a confiança e segurança do mundo. Mas para os inseguros, a gente que está perdido por aí, tentando desesperadamente achar nosso caminho, vocês não estão sozinhos! E isso vai passar um dia, eu espero de todo o coração que passe. Você escolherá um caminho e segurá por ele, se der certo, ótimo, se der errado, simplemente dê meia volta e tente de novo, tente até não poder mais, até todos seus recursos terem acabado. Você vai conseguir. Talvez eu não consiga, mas você, tenho certeza que consegue sim. Se agarre a seus sonhos enquanto você ainda pode sonhar. E eu vou continuar torcendo por todos vocês.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O preço de ser diferente - Somos todos iguais, não somos?



Desde pequenos somos ensinados que tudo o que foge do normal é errado. Sinceramente, como querem que não exista preconceito no mundo se ensinam isso para as crianças?

Quem nunca foi vítima de preconceito? Quem nunca foi humilhado por ser "diferente"? Caso você nunca tenha passado por isso, nem se dê ao trabalho de ler. Você não entende.

Esse post é para quem, desde pequeno, sempre sofreu por ter algo de diferente. Talvez só por ser um pouco mais gordinho do que os outros, usar óculos, ser alto de mais ou baixo de mais, ser inteligente de mais ou burro de mais, ser feliz de mais ou tímido de mais, muito quieto, não importa. Não importa se você é tudo isso ou nada disso, parece que existe um imã em sua cabeça não é? Que chama a zoação. Parece que você pede para ser zoado. E você não entende o por quê, você não sabe o que faz de errado para as pessoas fazerem isso com você. Você simplemente é diferente, é isso. As pessoas não aceitam o diferente, não importa o que elas digam, não, elas não aceitam.

Ser diferente não é "querer" ser diferente, ninguém escolhe ser diferente. Se você escolheu, você não é diferente, só está tentando fazer alguma porcaria para chamar atenção das pessoas e ficar se achando. É seu ego irritantemente grande procurando provar que você tem algo de especial. Mas na verdade você é só um idiota inseguro, sem ofença, é claro. Ser diferente é desejar de toda a alma, ser só mais um, ser normal. É saber o quanto é bonito a "normalidade" o quanto é fácil e maravilhoso essa simplicidade toda, esse anonimato brilhante, essa liberdade. Ser diferente é não se encaixar em lugar nenhum, ser diferente é sofrer preconceito, ser diferente é ser criticado a cada instante. Ser diferente é sentir a culpa por não conseguir ser como todo mundo, é se sentir culpado por ser quem você é.

O diferente é o que chora quando todo mundo ri. É o que se sensibiliza com o que, para os outros, é engraçado. O diferente é o que acha errado o que todo mundo acha certo. É o que enxerga com outros olhos. É o excluido, o incompreendido. É a criança que na sala de aula, até os professores o criticam e o tratam com desdém . É a criança que não consegue fazer amigos, é o esquisito, o estranho.

E existe dois caminhos para pessoas assim. Elas podem ser alguém no mundo, pessoas que realmente farão a diferença ou, o que acontece com a maioria, eles serão esmagados por essa coisa doente que se chama sociedade. Desde pequenos eles serão desmotivados, tudo o que poderia ser genial, novo e criativo, tudo isso vai ser desmotivado ao máximo. E então, ai morre alguém que poderia se tornar alguma coisa na vida.

É engraçado porque prezasse muito a "criatividade" e a ousadia quando nos tornamos adultos. Mas quando somos crianças, levamos bronca por tentar fazer alguma coisa diferente. Isso não faz sentido nenhum... Mas tudo bem né. Quem sou eu para criticar as professoras malucas e paranóicas? Continuem insentivando suas pobres crianças a serem robozinhos, marionetes. Assim elas dão menos trabalho, certo? Menos dor de cabeça para vocês. Claro, tudo muito certo e justo, criando crianças saudáveis e boazinhas né?

Bando de tiranos...

Quer ser uma marionete? - Bem-vindo ao mundo



Tem uma coisa que realmente me desgasta. Por que diabos toda a vez que alguém manifesta sua opnião parace alguém tentando te dizer que você pensa errado? Com todo aquele blá blá blá, seja isso, seja aquilo, você está vendo tudo errado, está fazendo tudo errado, isso não é certo, não diga isso, não pense aquilo. O que faz uma pessoa achar que qualquer crítica que seja mude o jeito de uma pessoa pensar?? O jeito de uma pessoa ser e ver o mundo? Isso não faz sentido nenhum. Quer dizer que só porque uma opnião é um pouco diferente do que a maioria pensa, ela está errada? Ou só porque é diferente da SUA opnião ela está errada? Sinceramente, quem é o egocentrico? Olha, para mim todo mundo o é, ok? A única diferença é que eu assumo para mim mesma meus defeitos, diferente do resto de vocês. Se achando sempre justos e direitos. Se achando certos e bons. Coisa nojenta.

Sinto muito decepcioná-los, mas eu não escrevo um blog para pessoas felizes e perfeitas o lerem, tudo bem? Escrevo o que eu penso e se você acha minha opnião errada, ótimo, mas o que você está fazendo aqui lendo? Seria legal se com esse blog eu pudesse achar pessoas que pensam como eu, que me entendem, assim nem elas nem eu se sentiriam sozinhas e "erradas" como vocês pensam. É isso que eu quero. Portanto, não, eu não vou mudar meu jeito "egocentrico" de ver o mundo, não, eu não vou tentar conversar com meus pais (sinceramente, você acha que eu nunca tentei?), e sim, eu vou continuar falando mal de quem e do que eu quero aqui. Porque esse é o único espaço que eu o posso fazer. Quer vocês odeiem isso ou não.

Sabe, mesmo que vocês me desmotivassem ao máximo a parar de dizer essas coisas, eu não pararia de pensar. De que adianta então? Será que vocês não percebem que é muito melhor para mim colocar tudo isso para fora? Porque incomoda tanto assim vocês? Se vocês não gostam, se vocês se ofendem ou qualquer outra frescura do tipo, não leiam! Simples assim! Eu não ligo, de verdade, não me importo nem um pouco se alguém vai ler ou não. O importante é que eu estou falando o que eu penso e eu preciso disso. Vocês não fazem idéia de como escrever me deixa aliviada.

Por favor não tentem tirar isso de mim, ok? Não tentem me calar, nem mudar meu jeito de pensar. Cara, não vai adiantar, vocês não entendem?? Quero ver se tivesse um bando de gente falando a cada 5 MINUTOS que você está errada e tudo o mais e que precisa parar de pensar assim e ser assim. Eu estou cansada das pessoas me falaram como eu devo ser, estou cansada, sério mesmo. Eu odeio decepcioná-los tanto, mas eu SOU assim, o que eu posso fazer? Desculpem mas eu não estou aberta a lavagens cerebrais nem nada do tipo. Estou cansada de não poder aceitar eu mesma como eu sou e quer saber de uma coisa? Será que eu não tenho direito de me orgulhar de mim mesma? De ser livre e feliz exatamente como eu sou? Por que não? Por favor, parem de tentar me concertar, o que o fazem pensar que eu estou quebrada? Talvez eu já tenha nascido quebrada ué e ninguém concerta o que nasceu quebrado. Aceitem, por favor. E se aceitar as pessoas como elas são for uma coisa muito difícil, meu, vão embora! Sem ofença é claro, mas o caminho, na minha opnião, para qualquer convivência é aceitar as pessoas como elas são.

E não me venha com comentários do tipo "Mas a gente te aceita como você é! A gente só está tentando ajudar!" ou qualquer outra coisa do tipo. Hipocrisia me cansa também. Admitam essas verdades para vocês mesmos, ou pelo menos tentem. Eu entendo que vocês querem ajudar, e agradeço, de verdade, mas isso só está piorando, sinto muito. Chavão nenhum vai conseguir me animar ou outra coisa do tipo e não é tentando me convencer que eu estou errada que eu vou melhorar também. Sabe, para mim, o bom amigo é aquele que ouve e é compreensivo, mesmo discordando totalmente do que o outro diz, entendeu? Você pode, aos poucos tentar mostrar para essa pessoa que ela pode ver as coisas de forma mais positiva e bonita, mas meu... Você tem que ter jeito, tem que ter paciência, muita paciência, tem que saber mostrar isso principalmente com gestos que provem que o que você diz é verdade, entende?

Ai está a chave para lidar com pessoas deprimidas, na minha opnião. Se você não tem isso, nem fale nada, sério. Qualquer pequena palavrinha dita na hora errada, qualquer coisa, pode se tornar uma montanha assustadora no nosso caminho. Tudo doi, tudo machuca, tudo. Pense o que você quiser, frescura, fraqueza, não importa. Mas se vocês realmente querem ajudar, por favor, levem isso em conta tudo bem?

Agora se vocês só querem mostrar para as outras pessoas o quanto vocês são "bons" e "caridoso". Vão se danar, de boa (sim, isso existe e de monte, não se façam de idiotas).

De qualquer jeito, não estou dizendo que vocês são mals amigos, não é isso. Também espero não ter ofendido nenhum de vocês. Eu só falo a verdade, tudo bem? Sim, a minha verdade egocentrica, mas não deixa de ser uma verdade, ao menos para mim. Sem traumas e frescuras por favor, não levem para o lado pessoal. Agora chega de briga tudo bem? Não vou mais ler comentário nenhum. Se vocês quiserem xingar, a vontade.

sábado, 3 de julho de 2010

Separando a Verdade do Mito


Bom, esse post é de presente para o comentário infeliz de uma certa pessoa (lê-se Mendes). Para ele aprender a não falar besteira, estou fazendo isso com todo o amor e carinho, claro.

Ok, vamos do começo. Existe um preconceito nojento acerca das doenças mentais e da psiquiatria, isso é fato. Eu sei que as pessoas não saem por aí falando mal de pessoas problemáticas ou coisa do tipo, mas isso é uma coisa enraizada sabe? Psiquiatra é médico de louco, ponto. Não, não é! Pessoas normais também vão ao psiquiatra. Dêem uma olhada em uma coisa que eu li em um site:

"É comum nos depararmos no consultório com duas situações visivelmente desgastantes para as pessoas que procuram tratamento para depressão ou outros problemas emocionais. Primeiro, temos que lidar com um intenso e inexplicável sentimento de culpa. Muitas vezes, o paciente adia a consulta com um psiquiatra ou mesmo procura profissionais não especialistas para tratar da depressão em função desta sensação de culpa. Mas, culpa por quê? Em uma conversa mais cuidadosa, logo se identifica a origem da culpa: o pensamento (absolutamente infundado) de que ter depressão é sinônimo de fraqueza, incapacidade de reação da pessoa, uma verdadeira prova de fracasso em lidar com situações facilmente contornáveis pela maioria das pessoas. É interessante a constatação de que a pessoa não sente nenhum tipo de constrangimento ou culpa ao ser informada que está com uma doença física como pressão alta , diabetes, osteoporose ou hipotireoidismo."

Sim, eu também me sinto terrivelmente culpada. Eu também penso que é fraqueza. Mas o fato é que isso é uma doença, como outra qualquer. Só porque seus sintomas são muito mais emocionais do que físicos isso a descaracteriza como doença?? Claro que não! De uma vez por todas: Depressão é um problema químico no cérebro. QUÍMICO, entendeu? Não adianta nada você falar coisas como: "A vida é bonita!", "O Sol vai brilhar amanhã", "Tem gente muito pior no mundo" ou qualquer outra coisa idiota do tipo. Pelo amor de Deus né. Será que ALGUÉM melhora ouvindo isso? Imagina um depressivo então, isso sinceramente, faz a gente se sentir pior ainda (se é que isso é possível). Faz com que nos sintamos uns idiotas, incapazes, retardados, egoistas, fracos ou seja lá o que for. E a culpa aumentando e aumentando...

Portanto, por ser um problema de origem química, medicamento é uma coisa indispensável, ok? Tudo bem, para 30% dos depressivos eles não funcionam, mas para o resto funciona. Descobri também que aquela história que antidepressivo aumenta o risco de suicídio é uma mentira do caramba. Entendam, a falta de informação é que aumenta o risco de suicídio. Os antidepressivos demoram algumas semanas para começarem a fazer efeito, por isso pacientes suicídas podem se sentir frustrados no começo do tratamento, ai está o risco de suicídio. É preciso que o paciente saiba o tempo de ação do remédio, para ele não pensar que nada está adiantando. Isso sem contar que é preciso achar a dose cerca para cada pessoa, o que no mínimo é complicado.

Antidepressivos NÃO danificam o cerébro nem mudam a personalidade das pessoas. Eles só corrigem, ou tentam corrigir, o que está de errado lá. Só isso! Sem traumas nem nada do tipo. Eu não vou me matar por tomar isso e eu não vou ficar doida também, tudo bem? Sem pânico. Se eu ficar doida ou me matar, pode ter certeza, eu provavelmente estaria muito pior sem o remédio ou, no máximo, eu estaria igual (no caso de eu fazer parte dos 30% azarados), mas eles nunca fariam eu me sentir pior. A chave para a cura é antidepressivos e terapia, nenhum dos dois é muito eficaz sem o outro.

Alias eu vou aproveitar o post para esclarecer algumas coisas sobre a Depressão também. Até porque pouquissímas pessoas sabem alguma coisa sobre isso, a maioria tem idéias muito erradas.


Mitos e verdades sobre a Depressão:

1 – Depressão é uma doença de pessoas frágeis.
Mito. Este é um erro comum que ainda impede muitas pessoas de buscarem o tratamento adequado para a depressão. A depressão é caracterizada por um conjunto de sintomas específicos, de gravidade e duração significativas. A doença está relacionada a um desequilíbrio neuroquímico já bem estabelecido pela ciência. Porém, o mecanismo completo da doença ainda não foi totalmente desvendado pelos médicos. A depressão tem características importantes, afetando o humor, o comportamento, o pensamento e outras áreas do organismo. Acompanham os sintomas emocionais também os físicos, como dores crônicas, e os funcionais, como dificuldade de concentração e falta de motivação. Estes três grupos de sintomas normalmente comprometem de maneira importante o funcionamento cotidiano normal e também a vida familiar, social e profissional do paciente.

2 – A depressão está sempre relacionada a um fator emocional.
Mito. Embora os fatores emocionais, como morte de alguém na família ou uma separação possam desencadear o problema, nem sempre serão um gatilho para a depressão (as depressões mais preocupantes são as que aparecem sem um motivo aparente).

3 – Existem tratamentos eficazes para a depressão.
Verdade. A depressão é uma doença que já possui tratamento. Infelizmente, muitas pessoas ainda sofrem com o problema sem procurar ajuda médica. Os medicamentos para tratar a depressão são sempre vendidos sob prescrição médica e têm surgido opções mais modernas com alta eficácia e menos efeitos colaterais.

4 – A depressão tem cura.
Depende. Não se trata de um mito ou verdade absoluta. A depressão considerada doença, chamada de transtorno depressivo maior, costuma acontecer com episódios agudos que se repetem, podendo durar de semanas a meses e acontecer mais de uma vez num único ano. Em alguns casos, com tratamento correto, é possível, sim, o paciente se tratar e não voltar a ter mais o problema. Em outras pessoas, o tratamento correto proporcionará alívio dos sintomas e tornará bem menos freqüente o aparecimento dos episódios agudos, o que, sem dúvida, é um enorme benefício ao paciente. Por isso, acompanhamento médico é fundamental.

5 - Ao se sentir melhor, o paciente pode interromper o tratamento para a depressão.
Mito. O tratamento para depressão tem dois objetivos principais: o primeiro é o de tirar os sintomas do paciente e fazer com que ele volte à sua vida normal; e o segundo, que acaba sendo a maior preocupação do médico, e que muitas vezes não é levado em consideração pelo paciente, é o de impedir que a depressão retorne. O tratamento completo dura no mínimo de seis meses a mais de um ano, dependendo do transtorno que o paciente apresenta. Em torno de quatro semanas já é possível perceber a melhora dos sintomas, que podem até desaparecer completamente por volta da 12ª semana. Porém, se o tratamento for abandonado ainda neste período, a chance de haver uma recaída ou uma recorrência é muito grande e colocaria a perder todo o tratamento.

6 – A depressão afeta mais as mulheres.
Verdade. A depressão é uma doença que atinge até duas vezes mais mulheres do que homens. Os motivos podem estar relacionados ao papel do hormônio estrogênio, já que as mulheres são mais suscetíveis às variações hormonais.

7 - Todo medicamento para depressão compromete a libido.
Depende. Todo medicamento antidepressivo pode levar a disfunção sexual, como por exemplo perda ou diminuição da libido.
A frequência com que isto ocorre varia de acordo com a droga escolhida e com a resposta do paciente. Porém, sabe-se que em torno de 60% das pessoas que usam antidepressivos afirmam ter disfunção sexual.
Como queixas sexuais são causas comuns de abandono do tratamento para depressão, antidepressivos mais modernos que demonstram baixa interferência na função sexual trazem grande vantagem ao tratamento.
É importante lembrar que dentre os sintomas frequentes da própria depressão está a perda do desejo sexual, especialmente comum nas mulheres com depressão. Assim, a disfunção sexual observada num paciente em tratamento para um transtorno depressivo pode não ser atribuída ao tratamento e sim à própria doença.

8 – Todo medicamento para depressão engorda.
Mito. Embora este seja um dos efeitos colaterais mais relatados pelos pacientes e importantes dos antidepressivos, o que muitas vezes leva o paciente, principalmente mulheres, a abandonarem o tratamento, não é possível afirmar que todas as pessoas que fazem uso de medicamentos para depressão engordam. Porém, como é uma queixa muito comum, é importante ressaltar que já existe uma nova opção de medicamento para o tratamento da depressão que não altera o peso.

9 – Antidepressivos alteram o comportamento.
Mito. Os antidepressivos não são a pílula da felicidade. Os medicamentos não provocam reações extremas de mudanças no comportamento (ouviu Mendes?). Por isso, é importante procurar o médico para encontrar o tratamento mais indicado.

10 – Mulheres na menopausa têm maior probabilidade de ter depressão.
Verdade. Novamente os motivos para esta afirmação estão relacionados ao desequilíbrio hormonal, em especial, ao estrogênio. Estudos mostram que durante o período da menopausa (chamado de peri-menopausa) uma mulher que nunca teve depressão na vida, tem duas vezes mais chance de ter um primeiro episódio de depressão nesta fase. E se a mulher já tem histórico de depressão, a chance do quadro se repetir é 14 vezes maior do que antes dela entrar na peri-menopausa. (lol legal... vou ter depressão de novo aos 50...)



Espero ter ficado um pouquinho mais claro agora. Por favor, tirem esses chavões de suas cabeças, tirem essas idéias inocentes e pensem (por favor! Pensem) um pouquinho antes de falar as coisas.

Mendes você críticou uma das únicas coisas que realmente podem me ajudar, a minha luzinha no fim do túnio (sim, eu me agarrei a esperança de que agora o antidepressivo vai funcionar... Não é possível que não funcione). Como você pode falar para mim parar o tratamento?? Você é louco? Quer que eu caia mais fundo? Quer que eu me mate? Para com isso, de boa. Eu não estou diferente por causa do remédio, se estou é por causa da depressão. E nem a depressão me mudou tanto assim (eu acho). Eu sempre fui crítica assim. Só que vocês nunca pararam para me escutar. Sempre fui sensível, só que isso não me levava a extremos como agora, como pensar em morrer.

Outra coisa. Você falou que meu último post foi o mais paranóico de todos e que eu deveria parar com o remédio, ou seja, você provavelmente está ligando o fato da dose ter aumentado e eu ter piorado. Filho de Deus... Faz uns dois ou três dias que eu tomo a dose mais alta, ainda não to dopada não, ok? Espera mais umas duas semanas que seu argumento vai ser um pouquinho mais válido.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Pais e filhos - "Eu faço para você o que é melhor para mim"


Existe uma coisa tremendamente complicada que se chama "Relação Pai e Filho". O problema dos pais é que eles na verdade nunca fazem o que é bom para o filho de fato e sim o que é bom para eles mesmos. Por exemplo, um pai que fala para o filho sempre tirar notas altas. Ora, não seria melhor se ele pudesse tirar notas rasoáveis e fosse mais feliz? Quero dizer, os pais exigem dos filhos que eles sejam sempre bonzinhos, bonitos, inteligentes, etc, porque, assim, eles poderão mostrar para as outras pessoas como eles são pais de sucesso, por conseguirem ter educado filhos tão perfeitos. Entendem?

Para os pais, é melhor que a filha fique em casa, é melhor que ela não namore quem eles não querem, é melhor que ela não faça porcaria nenhuma. Mas até onde isso é o melhor para a filha? É preferível um filho trancado sempre em casa, sem amigos, sem vida, sem nada, por que ele é mais bonzinho e não dá trabalho? Até onde vai o egoismo dos pais? Sempre com a mesma descupa... "É melhor para você."

O simples fato de presentear os filhos pode dar a falsa idéia de que isso é bom para eles, quando, na realidade, poderia estar satisfazendo a necessidade de bem-estar dos pais, ao se jugarem, por isso, “bonzinhos”, atenciosos, carinhosos e responsáveis. Como o beijo, por exemplo, muitas vezes o beijo satisfaz muito mais quem está beijando (os pais) do que quem é beijado (os filhos,)portanto, talvez quem beija com a intenção de doar afeição e carinho esteja na verdade se apossando de afeição e carinho para si. Não, um pai não é um bom pai e nem de longe é atencioso só porque da presentes ou beijos ou seja lá o que for, isso não quer dizer quase que absolutamente nada. Porque não se esforçaram mais em criar uma relação saudável e aberta a comunicação desde o começo? Ao invés de se preocuparem em dar um beijinho quando chegam e depois se trancarem atrás de seus próprios muros? Alguém já pensou nisso? Que pais sentam no chão com os filhos e brincam com eles? Que pais conseguem enxergar as dificuldades pelas quais seus filhos estão passando? Alguém ai já se preocupou em realmente saber QUEM É seu filho? Já procurou saber alguma coisa além do que ele mostra do lado de fora? Atrás do sorriso, atrás daquela porta trancada, por dentro da cabeçinha dele. Já parou para pensar se talvez, só talvez, ele realmente sinta sua falta. Porque vocês nunca conversaram? Porque somos todos estranhos vivendo na mesma casa?

Quer ser pai? Ótimo, mas pense nisso, ok? Se seu filho é burro, feio, ou seja lá o que for, dane-se! Faça de tudo para que ele seja feliz então! Ao menos isso, feliz e emocionalmente saudável, ele só precisa disso. Lembrando que felicidade não é um presente nem nenhuma porcaria do tipo. Sabe qual é a felicidade que você pode dar para seu filho? A felicidade de saber que seu pai vai estar sempre lá quando você precisar, saber que ele te ama e te apoia, não importa como ou o que você seja. É isso a melhor coisa que você dar para ele. Só isso.

Enfim... Vamos a lógica idiota dos pais. E mais uma vez, a burrice dos adultos é uma coisa impressionante.

Vejamos, então, como se desenvolve o jogo da hipocrisia familiar no esquema abaixo:

· Pai acha que ser médico é o melhor.
· Porque seu cardiologista está muito bem.
· O papel de pai é querer o melhor para o filho (para o filho?).
· Pai atribui ao filho a vocação de médico.
· Pai define o filho “esse vai ser médico”.
· Papel de filho é satisfazer expectativa do pai.
· Filho “quer” ser médico.
· Pai está de parabéns; seu filho quer ser médico.
· Filho está de parabéns; é um bom filho.

Mesmo que esses pais digam que evitam opinar (decidir) sobre a futura profissão de seus filhos, repetindo sempre que "o importante é que ele seja feliz", ainda assim não conseguem desvincular de suas próprias felicidades e fantasias da pretensa felicidade e realização dos filhos. Quando o filho é homem, tende a polarizar as fantasias do pai nele projetadas.

A ambição paterna não se satisfaz com tudo que o filho possa ter “copiado” do jeito do pai ser, mas aspira, inclusive, que venha a ser tudo aquilo que o pai queria ter sido e não foi. Vejamos a ordem, do mais desejável para o menos, dos atributos ansiados pelos pais sobre seus filhos homens, juntamente com atributos pouco lembrados mas muito importantes para a formação da personalidade:


QUALIDADES DESEJADAS DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS FILHOS


- 6 qualidades mais desejadas dos pais em relação aos filhos:
*heterossexual;
*obediente aos pais;
*responsável;
*trabalhador;
*ordeiro;
*bonito.

- 6 qualidades muito esquecidas dos pais em relação aos filhos:
*mentalmente normal;
*respeitoso com todos;
*honesto e leal;
*alegre e animado;
*carinhoso e sensível;
*inteligente e culto.


Sendo a filha mulher, sobre ela recairão as fantasias e aspirações da mãe. A puberdade feminina vem acontecendo cada vez mais precocemente, e existem razões para crer que esse fenômeno possa ser devido à adaptação biológica aos anseios culturais; a mãe “fantasia” a filha de mocinha muito cedo, atribuindo a ela um papel de jovem. Isso pode favorecer uma precocidade biológica ao papel social atribuído pela família. Essa ocorrência é mais uma prova de que o filho (ou jovem, em geral) acaba incorporando em sua pessoa o papel social a ele atribuído pela família e sociedade.


QUALIDADES DESEJADAS DAS MÃES EM RELAÇÃO ÀS FILHAS


- 6 qualidades mais desejadas das mães em relação às filhas :
*heterossexual;
*bonita;
*admirada por todos;
*companheira;
*bem casada;
*ordeira;


- 6 qualidades muito esquecidas das mães em relação às filhas:
*mentalmente normal;
*fértil;
*instinto maternal;
*alegre e animada;
*carinhosa e sensível;
*inteligente e culta;


Eu achei impressionante que o fato de ser heterrosexual estar no topo da lista! Meu Deus... O mundo é mais preconceituoso do que pensava. Quero dizer, acima de alegre, carinhosa(o), acima de saúde mental (!!!), é mais importante ser hetero?? Onde está a cabeça desses pais?? O que eles estão fazendo com seus filhos caramba? A coisa MAIS IMPORTANTE para eles é se sentirem aceitos por vocês! Vocês são idiotas ou o quê?? Colocou o filho no mundo, então ame ele do jeito que ele é! Aceite as coisas. Seu filho NÃO É PERFEITO, nem nunca vai ser, seu filho NÃO vai ser famoso, muito menos um gênio (a salvo raras exceções, claro), não, seu filho não vai ser o que você sempre sonhou, seu filho vai ser ele mesmo e ponto. Ok? Tira essa idéia da cabeça de que "meu filho vai ser isso ou aquilo", pelo amor de Deus, o mundo já está doente o bastante sem um bando de famílias burras e problemáticas, não precisamos mais de gente assim. Você não quer que seu filho cometa os mesmos erros que você cometeu? Ótimo, então CONVERSE, explique o por quê das coisas, ensine, não tranque ele em uma gaiola.

Tudo bem? Agora se você tem CERTEZA que seu filho vai ser seu sonho reencarnado ou seja lá o que for. De boa, sem ofença nenhuma, mas você não nasceu para ser pai. Certo? Então morra sozinho por favor. O mundo agradeçe, assim como as futuras gerações. Muito obrigada.